A
síndrome de Down (SD) é uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par 21, por isso também conhecida comotrissomia 21. A criança portadora de Síndrome de
Down, assim como qualquer criança, deve ser levada ao dentista ainda no
primeiro ano de idade, antes mesmo do nascimento dos primeiros dentes. Se o paciente frequentar o consultório dentário
desde a infância, o tratamento torna-se mais simples.
Ao tratar de um
paciente portador da Síndrome de Down, o cirurgião-dentista deve estar atento,
primeiramente, às limitações desse paciente. Depois, é preciso conhecer os
diferenciais que esses pacientes apresentam, principalmente quando falamos dos
aspectos craniofaciais e bucais.
O profissional deve
ficar atento a algumas alterações comuns nesses pacientes, pois elas podem
servir, inclusive, para diagnosticar a Síndrome de Down. Entre as alterações de
ordem geral, dental e craniofacial presentes nesses pacientes, podemos citar o
atraso na erupção dos dentes, a baixa incidência de cáries e a alta
suscetibilidade a doenças periodontais.
Mesmo apresentando mineralização completa, os dentes dos portadores de Síndrome de Down podem sofrer atraso na erupção. A dentição decídua também pode apresentar alteração na sequência e os casos de anomalias dentárias são frequentes. Estima-se que mais de 80% dos pacientes com Síndrome de Down apresentem alterações na estrutura dentária e desarmonias oclusais.
Com relação à baixa incidência de cáries, os autores que pesquisaram sobre o assunto, entre eles Creighton & Wells, são unânimes em afirmá-la. Uma das possíveis causas para isso seria a erupção retardada dos dentes, além de uma composição salivar diferenciada.
A morfologia
dentária dos portadores de Síndrome de Down também é diferente. A pouca
presença de fóssulas e fissuras e as superfícies oclusais mais planas
(conseqüência do bruxismo) também podem ser responsáveis pelo baixo índice de
cárie nesses pacientes.
Ao contrário das cáries, que não são muito freqüentes quando comparadas a pacientes normais, os portadores de Síndrome de Down apresentam um alto índice de doenças periodontais.
A doença
periodontal em pacientes portadores de Síndrome de Down mostra-se precoce e
severa. As deficiências motoras e neurológicas dificultam a higienização bucal
desses pacientes, tornando as doenças periodontais mais suscetíveis.
Entretanto, a
principal causa do alto índice de doenças periodontais talvez seja a
deficiência imunológica comprovada, em que o organismo apresenta dificuldade
para combater as bactérias presentes no biofilme dental.
A dificuldade em se
combater as bactérias faz com que as doenças periodontais sejam mais agressivas
nesses pacientes, desenvolvendo-se mais rapidamente. Tanto a dentição decídua
quanto a permanente podem ser afetadas, podendo causar mobilidade dentária,
presença de cálculo dental, reabsorção óssea severa ou, ainda, perda precoce
dos dentes.
O alto índice de
doenças periodontais em pacientes portadores de Síndrome de Down reforça a
importância de uma boa higiene bucal. É importante que os pais levem seus
filhos frequentemente ao dentista e que o profissional de odontologia também
fique atento a esses diferenciais.
Estudos comprovam que um paciente especial que comece
a frequentar o dentista ainda no primeiro ano de vida pode ser tratado
normalmente e reage bem ao tratamento.
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