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segunda-feira, 21 de março de 2016

A Síndrome de Down e a Odontologia

A síndrome de Down (SD) é uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par 21, por isso também conhecida comotrissomia 21A criança portadora de Síndrome de Down, assim como qualquer criança, deve ser levada ao dentista ainda no primeiro ano de idade, antes mesmo do nascimento dos primeiros dentes. Se o paciente frequentar o consultório dentário desde a infância, o tratamento torna-se mais simples.

Ao tratar de um paciente portador da Síndrome de Down, o cirurgião-dentista deve estar atento, primeiramente, às limitações desse paciente. Depois, é preciso conhecer os diferenciais que esses pacientes apresentam, principalmente quando falamos dos aspectos craniofaciais e bucais.

O profissional deve ficar atento a algumas alterações comuns nesses pacientes, pois elas podem servir, inclusive, para diagnosticar a Síndrome de Down. Entre as alterações de ordem geral, dental e craniofacial presentes nesses pacientes, podemos citar o atraso na erupção dos dentes, a baixa incidência de cáries e a alta suscetibilidade a doenças periodontais.


Mesmo apresentando mineralização completa, os dentes dos portadores de Síndrome de Down podem sofrer atraso na erupção. A dentição decídua também pode apresentar alteração na sequência e os casos de anomalias dentárias são frequentes. Estima-se que mais de 80% dos pacientes com Síndrome de Down apresentem alterações na estrutura dentária e desarmonias oclusais.

Com relação à baixa incidência de cáries, os autores que pesquisaram sobre o assunto, entre eles Creighton & Wells, são unânimes em afirmá-la. Uma das possíveis causas para isso seria a erupção retardada dos dentes, além de uma composição salivar diferenciada.
A morfologia dentária dos portadores de Síndrome de Down também é diferente. A pouca presença de fóssulas e fissuras e as superfícies oclusais mais planas (conseqüência do bruxismo) também podem ser responsáveis pelo baixo índice de cárie nesses pacientes.


Ao contrário das cáries, que não são muito freqüentes quando comparadas a pacientes normais, os portadores de Síndrome de Down apresentam um alto índice de doenças periodontais.
A doença periodontal em pacientes portadores de Síndrome de Down mostra-se precoce e severa. As deficiências motoras e neurológicas dificultam a higienização bucal desses pacientes, tornando as doenças periodontais mais suscetíveis. 
Entretanto, a principal causa do alto índice de doenças periodontais talvez seja a deficiência imunológica comprovada, em que o organismo apresenta dificuldade para combater as bactérias presentes no biofilme dental. 
A dificuldade em se combater as bactérias faz com que as doenças periodontais sejam mais agressivas nesses pacientes, desenvolvendo-se mais rapidamente. Tanto a dentição decídua quanto a permanente podem ser afetadas, podendo causar mobilidade dentária, presença de cálculo dental, reabsorção óssea severa ou, ainda, perda precoce dos dentes. 
O alto índice de doenças periodontais em pacientes portadores de Síndrome de Down reforça a importância de uma boa higiene bucal. É importante que os pais levem seus filhos frequentemente ao dentista e que o profissional de odontologia também fique atento a esses diferenciais.

Estudos comprovam que um paciente especial que comece a frequentar o dentista ainda no primeiro ano de vida pode ser tratado normalmente e reage bem ao tratamento. 

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